A obesidade
infantil aumenta a cada dia e com ela também cresce a preocupação dos pais com
relação à saúde das
crianças. Elas precisam melhorar a qualidade da
alimentação o que consequentemente levaria ao emagrecimento. Neste momento os
pais se deparam com uma grande dificuldade, ou seja, melhorar os hábitos
alimentares das crianças em casa e na escola, além da responsabilidade de
fazerem uma auto avaliação para saber se a reeducação alimentar tem que começar
com eles próprios.
No Brasil, os números de crianças
obesas têm aumentado significativamente. Um estudo publicado pela Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, SBEM, indica que há 30 anos atrás,
o índice de crianças no Brasil com obesidade era de 3% e hoje chega a 15% de
crianças com excesso de peso. Para promover uma boa nutrição à criança, é
preciso entender que ela não é um adulto pequeno, mas um ser que tem
características próprias e se encontra num processo marcado por rápido
crescimento e maturação fisiológica. Assim, as recomendações dietéticas válidas
para os adultos não podem ser aplicadas ao escolher alimentos para crianças.
✔ Endógenas – Genética (30%): Distúrbios
metabólicos, endócrinos, origem central, genéticos e desnutrição intra-uterina.
✔ Exógenos - Ambientais (70%): Desmame
precoce, introdução de fórmulas lácteas inadequadas, maus hábitos familiares –
excesso de consumo energético.
✔ Mistos
Genitores não obesos – risco 5 %
de obesidade infantil
1 genitor só obeso – risco de 50
% de obesidade infantil
2 Genitores obesos – risco de 80 %
de obesidade infantil.
As crianças
que apresentam excesso de peso aumentam o risco de desenvolver doenças, como:
hipertensão, diabetes,
doenças cardiovasculares, disfunções ortopédicos, respiratórias,
dermatológicas, problemas comportamentais sociais e psicológicos, câncer e etc.
Além de ter também maior chance de se tornar um adulto obeso.
Quando o
aumento do peso da criança começar a subir de maneira mais rápida, ou quando
observar um acúmulo de gordura na região abdominal, não proporcional com o
aumento da estatura esperado para idade e sexo, é hora de buscar ajuda de um
nutricionista para poder orientar com relação as mudanças nutricionais
necessárias.
No cardápio
infantil deve conter todos os nutrientes (vitaminas, minerais, carboidratos,
proteínas e lipídeos) necessários para garantir energia e manutenção do
organismo, para um crescimento e desenvolvimento saudável e sem sobrepeso.
Diariamente a alimentação deve conter os grupos alimentares
citados abaixo:
Cereais, raízes e tubérculos (pães,
macarrão, arroz, milho, mandioca, biscoitos salgados, batata, inhame) fornecem
os chamados carboidratos complexos. Devem ser consumidos em maior quantidade já
que fornecem a energia necessária para os processos fisiológicos do organismo e
atividades motoras.
✔ Leite, iogurtes e queijos (Leite,
iogurtes, queijos magros) estes alimentos são ricos em proteínas, sendo
fundamental para crescimento e manutenção de ossos, pele, cabelos, unhas e etc.
Além disso, este grupo é fonte de cálcio, responsável pela sustentação dos
ossos e contração dos músculos do corpo.
OBS: atenção às crianças alérgicas ao leite ou intolerantes á
lactose NÂO devem incluir este grupo alimentar. Ele deverá ser substituído por
bebidas á base de cereais (aveia, arroz, milho) ou “leite de amêndoas” entre
outras possibilidades.
✔ Carnes, aves, peixes e ovos (carnes
bovina, frangos sem pele, peixes, ovos) este grupo também é rico em proteínas
essencial para o desenvolvimento muscular, ósseo e outras estruturas e
substâncias orgânicas.
✔ Leguminosas (feijões,
ervilha, lentilha, grão de bico, soja) estes alimentos são ricos em proteína de
origem vegetal, carboidratos complexos, fibras, vitaminas do complexo B e
minerais, importantes como ferro. Este grupo de alimentos auxilia no trabalho
intestinal, controle dos níveis de colesterol.
✔ Hortaliças e frutas (Todos os
vegetais como cenoura, alface, rúcula, pepino, tomate. E as frutas como maçã,
mamão, banana, kiwi, pêra e etc.) São alimentos importantes para a manutenção
da saúde porque eles oferecem carboidratos (frutose), vitaminas, minerais,
fibras e água. Os consumos variados dos hortifruti proporcionam a garantia de uma
alimentação rica em diferentes nutrientes e substâncias bioativas fundamentais
para diversos processos metabólicos, estimulação do sistema imunológico, entre
outras funções.
✔ Açúcares (achocolatados, mel,
açúcar mascavo) este grupo de alimentos são importantes para fornecerem
energia, porém devem ser consumidas em pequenas quantidades pela alta densidade
calórica. No caso de açúcares proveniente de guloseimas: DAR LIMITE DE CONSUMO,
CASO NÃO CONSIGA EVITAR.
✔ Gorduras Polinsaturadas e Monoinsaturadas“boas”: óleos vegetais (azeite de oliva, canola, girassol),
sementes oleaginosas (linhaça, castanhas, nozes, etc.) devem estar presentes na
alimentação diária. Fornecem energia, diminuem o colesterol ruim e aumentam o
bom, proporcionam saciedade e regulam glicemia.
Cardápios coloridos: As
cores dos alimentos ajudam a compor a apresentação dos pratos e são ótimas para
atrair a atenção e o apetite da criança. Para isso, as frutas, os legumes e os
folhosos são bons aliados.
Alimentos preferidos: Sempre
que possível, inclua na refeição da criança os alimentos de maior preferência.
Assim, ela aceitará melhor os outros.
Importânciada alimentação: Na medida do possível, explique para a
criança a função dos alimentos e porque a dieta deve ser variada e não ter só
biscoitos ou chocolates, por exemplo.
Modode preparo dos alimentos: A família e a criança não
precisam ter cardápios diferentes, o ideal é adaptar a maneira de elaborar os
alimentos usados habitualmente pelos adultos de acordo com a faixa etária da
criança. Porém considerando que as necessidades nutricionais são específicas.
Insistirem novidades: Nem sempre a criança concorda em comer uma
preparação que lhe é oferecida pela primeira vez. Algumas precisam provar o
mesmo alimento de oito a dez vezes antes de aprová-lo e incluí-lo em seus
hábitos alimentares.
AtividadeFísica: A atividade física para criança é essencial,
principalmente para aquelas com sobrepeso. As atividades da preferência da
criança e atividades familiares são as melhores opções.
A maneira mais adequada de fazer
com que a criança comece a mudar ou adquirir hábitos alimentares mais saudáveis
seria
eliminando os alimentos pouco nutritivos do cardápio da criança e orientando de
forma gradativa a fazer a inclusão ou substituições mais
saudáveis. Hoje, temos no mercado produtos de consumo comum pelas crianças,
porém mais saudáveis, com menores quantidades de açúcar simples, gorduras
saturadas e trans e sódio. Os tão famosos salgadinhos já podem ser encontrados
na versão orgânica, assados e sem gordura trans, mantendo as mesmas
características dos salgadinhos convencionais só que mais saudáveis. Adaptar
receitas comumente consumidas pela criança e transformar em uma receita mais
saudável com uso de ingredientes menos gordurosos, incluindo até alimentos
funcionais (como soja, cereais integrais, iogurtes, frutas, semente de linhaça)
bem mais saudáveis.
Pode-se dar freqüência e limites
para o consumo de alimentos como: sorvetes, chocolates e outras guloseimas. A
proibição sem explicação leva a compulsão e não reeducação.
Não é recomendado se fazer
restrições calóricas para emagrecimento infantil, o importante é a mudança de hábito
alimentar, adequar às quantidades realmente necessárias a faixa etária e
incentivar a prática de atividades físicas.
Os pais têm grande
responsabilidade e exemplo neste processo e no sucesso dos resultados.